quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

O cancro

Quem é que nunca ouviu falar desta doença? Desta anomalia que insiste em mudar inúmeras vidas, não só de quem acompanha o doente como também a do doente em questão?
O cancro, aquele que deixa de rastos famílias inteiras, o causador de tanto sofrimento e de tantas lágrimas derramadas! Desde muitos anos atrás que este já existia, porém, não era tão falado nem tão divulgado pelos media como nos dias de hoje.
Este não é um assunto muito fácil de falar, mas é uma realidade do nosso quotidiano.
Existem inúmeras famílias que sabem como é e qual a sensação que temos ao recebermos a triste notícia que um ente querido é portador de cancro. Uma notícia deveras muito triste e chocante que faz com que o nosso chão nos fuja debaixo dos pés, com que nos sintamos a cair de um precipício sem fim à vista, com que sintamos tal aperto no nosso coração em que nos sintamos como que sufocando, como se estivessem a sugar-nos todas as nossas forças e estivéssemos a desfalecer.
Não é nada fácil conviver com alguém canceroso, pois mesmo que nos sintamos sem forças temos sempre de transparecer que estamos super bem para darmos coragem e apoio a quem mais precisa. É normal que ninguém é de ferro para conseguir aguentar tamanha realidade dolorosa, mas também não convém demonstrarmos à pessoa afectada que estamos afectados com o que acontece.
Acompanhar a pessoa nas suas idas ao hospital e receber com ela as notícias e independentemente dos resultados continuarmos fortes do seu lado (sendo boas ou más notícias).
Nenhuma doença é fácil de enfrentar, mas o cancro consegue ser muito malvado, pois pode ter consequências muito cruéis (desde físico ao psicológico) fazendo com que os que não têm comecem a dar mais valor às coisas mais simples das suas vidas e que admirem a força das pessoas doentes (pois elas conseguem demonstrar terem mais força e aceitarem melhor a sua doença do que as rodeiam).


Acompanhando pessoas que têm o cancro conseguimos reparar que não comandamos a nossa vida, que nada está em nossas mãos. Podemos mesmo questionar se as pessoas afectadas realmente mereciam passar por tal sofrimento? Será que alguém neste mundo merecia passar por tal? Como é que as pessoas conseguem arranjar forças para suportar o facto de terem o cancro? Já passou por tal experiência? Sentiu que o mundo pudera acabar? Acha que é fácil passar por tal situação? O que acha?


(2016)

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