sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

À procura de trabalho lá fora

Quantos de nós já não se viram obrigados a emigrar por causa de conseguir um trabalho, melhores condições de vida? Acabamos os estudos e não tivemos possibilidade de exercer as nossas qualificações no nosso país?
Pois minha gente, esta infelizmente é a nossa triste realidade. Somos crianças e somos obrigados a estudar até ao 12.º ano de escolaridade (tendo de escolher qual a área vocacional no 9.º ano – sabendo que nesta idade estamos a começar a entendermos como uma pessoa quanto mais será pensarmos no nosso futuro), isto porque é obrigatório por lei (segundo o que sei), ou seja, mesmo que o adolescente não tenha a mínima ideia do que quer para o seu futuro nem tenha o conhecimento mínimo básico das possibilidades que este pode escolher.
Acabando o 12.º ano já com muito esforço, os estudiosos prosseguem para a universidade pensando em investir no seu futuro adquirindo estudos mais aprofundados na área em que lhe desperta interesse. Na conclusão dessa longa etapa (seja apenas licenciatura, mestrado, doutoramento e por aí fora) já com o “canudo” na mão os felizardos sentem-se pessoas importantes que iram trabalhar e receber uns bons ordenados, tendo uma boa qualidade de vida, sim, porque dedicaram muitos anos a estudar para um dia serem alguém. Eis que chega o dia cruel. Dia em que procuram trabalho e são-lhes fechadas todas as portas nas suas áreas por terem demasiadas qualificações, pela sua idade, ou simplesmente por não precisarem de pessoas. Os estudantes formados vêem-se obrigados a irem para fora do país. Mais uma vez procuram trabalho na sua área e nada feito. Qual será a única opção que lhes resta? Se submeterem aos trabalhinhos que aparecerem, sejam eles em que área for (limpeza, atendimento público – coisas que “supostamente” só quem não estudou mais fazem (pensam eles)). Sendo no nosso país ou lá fora, infelizmente nos dias que decorrem ter estudos ou não ter já não é tido em questão como antes. Hoje em dia o que conta é força para trabalhar e ser-se desenrascado. O que vier à rede é peixe. Há trabalhinho? Bom! É aproveitar, arregaçar as mangas e fazer o que nos compete para ganharmos o nosso dinheirinho e tocarmos a nossa vida para frente. Quem fica à espera do trabalho dos seus sonhos ou que “merece”, mais vale esperar sentado, pois pode não chegar.


Desde que haja trabalhinho, saúde e força de vontade é arregaçar as mangas e pôr mãos ao trabalho.

(2017)

Um comentário: